O que o mundo precisa?



O que  o mundo precisa?


  Faz um tempinho que eu já deveria ter escrito essa postagem, mas agora percebo que chegou a hora, afinal defendo que: “Tudo na vida tem seu tempo e sua hora”.
  Sabemos que no Brasil e no mundo existem várias crenças – religiões e cada um é feliz com o que acredita ou ate os que não acreditam em nada, devem ser felizes com as escolhas que foram feitas.
  Vou me limitar apenas a Brasil, pois aqui é um exemplo vivo de diversidade principalmente religiosa.
  Quando eu estava no Ensino Médio, estudei muito sobre as culturas que contribuíram para o desenvolvimento de nosso país, eu acho incrível pessoas tão distintas mas todas em comum nutrem essa vontade de prosperidade e mudança para o lugar qual elas moram e assim a cada dia nosso país se desenvolve, porém atualmente a sensação que eu tenho é que está ocorrendo um retrocesso, lógico que irei ressaltar, tem as exceções e não posso ‘meio que culpar a todos’, mas me decepciono diariamente em ler as notícias e ver pessoas vinculadas a uma denominação religiosa agir tão inconsequente e digo mais, ás vezes até desumana.
 Eu compreendo dentre as denominações há a vertente mais radical e a que é mais “maleável”. O problema é que a versão radical interfere muito, ou seja, é de um egoísmo ímpar. Eles querem que todo o país sejam iguais a eles. Enfim é como se eu quisesse que todos os brasileiros gostassem dos mesmos livros, filmes, músicas, tivessem a mesma opinião que a minha e que agisse igual as minhas ações ou seja, mera ilusão, pois não somos iguais e além disso, o fator cultural influencia muito como por exemplo, a maneira qual a nossa família nos instruiu, enfim são amplos fatores.
  Infelizmente eu sinto que na sociedade alguns grupos parecem contribuir com o crescimento de uma maneira um tanto quanto favoritista, ou seja, privilégios para os grupos que apoiam algumas ideias e os que discordam acabam sendo prejudicados de alguma forma, dessa maneira surge tamanhos benefícios que quebram toda isonomia e o pior aumentando o preconceito que já é bem demarcado pela história de nosso país.
  O Brasil sempre teve preconceito, desde o período colonial. O Brasil colônia, desvalorizava as crenças afros, super valorizava o catolicismo ate chegar o tempo que o protestantismo ‘chega’ ao Brasil e com isso, mais uma crença e mesmo assim as crenças afros continuavam em desvalorização. Bem como, novas filosofias que nascem de pessoas vinculadas a um certo pragmatismo cientifico, a exemplo do espiritismo e tantas outras, porém o catolicismo sempre teve esse favoritismo.
  O Brasil ate hoje  é de maioria católica, mas atualmente sinto uma disputa de poder: “Quem tem mais fieis?” Entre o protestantismo e o catolicismo, essa disputa nunca foi saudável e agora está bem pior, alguns momentos eles se unem outros eles se atacam e ficam assim o tempo todo.
  Eles se unem para discriminar grupos socais e se digladiam quando o assunto é algum interesse maior (novamente repito, tem as exceções). Um exemplo atual, foi da verba destinada a vinda do Papa ao Brasil, muitos líderes protestantes não gostaram de tamanha disponibilização de recursos, afinal ocorreu um favoritismo. Além de ser totalmente contra a laicidade estatal, coisa que no Brasil chega a ser lenda igual ao curupira, do tipo “Nunca vi, só ouço falar”.
  O problema é, na Bíblia, Deus faz menção a igreja mas se pensarmos, templo tem o mesmo significado da palavra igreja. Então podemos substituir a palavra igreja por templo, assim todas as religiões se encaixam, portanto com isso chegamos a conclusão que Deus quer que adoremos a ele, alguns momentos a Bíblia diz que não importa templos pois temos que ter fé e em outros, fala que a adoração realizada nos templos é mais eficaz, porém interpreto que isso é bem particular, afinal nem todos os lugares possuem templos. Então nem todos podem ir a templos, mas o que eu penso é. No meio de tantas religiões, tantas vertentes filosóficas por que as pessoas disputam qual a religião é a correta?
  A bíblia diz que Deus é o criador, ele próprio não deixou claro qual a vertente religiosa ele quer que seguimos, apenas faz menção ao Cristianismo, pois o Cristianismo é uma religião mas dentro dele existe inúmeras denominações, exemplo o espiritismo, catolicismo, protestantismo e cada uma se subdivide; portanto dizer que uma religião é melhor do que a outra, ou dizer que precisa-se de um santo para falar com Deus, ou dizer que Deus disse que tem que obrigatoriamente ser evangélico e se restringir apenas a essa denominação se torna uma falácia pura, um argumentação falível e fácil de ser refutável, pois a própria Bíblia se bem interpretada vai fazer com que as pessoas percebam isso.
  A realidade é que, cada um interpreta a Bíblia de uma maneira, o que é pecado para mim talvez não seja pecado para você ou a minha forma de crer talvez seja diferente da sua, mas o que tem que ser exatamente igual, isso é para todos os seres humanos ate os que dizem não crer em nada, porém o amor é a presença inabalável de uma força superior a nós, seres humanos. O amor não se ver, não se prova, não se mede e nem se limita, apenas sente.
  Penso que se as religiões interpretassem com mais imparcialidade sem tanto imediatismo e favoritismo, a mensagem deixada por Deus seria assimilada com mais facilidade, as pessoas iriam pecar menos, o mundo seria bem melhor porque iriam ser mais tolerantes umas com as outras e amarem mais.
  Os princípios cristãos são simples, ate uma criança com apenas 4 anos de idade consegue compreender mas nós, adultos, parecemos querer burlar esses princípios que são perfeitos e poderosos... Que não se limitam a ideologias, crenças e vertentes. É humildade, amor, caridade, paciência, compaixão enfim são sentimentos e atitudes que qualquer ser humano é capaz de ter.
  Eu vejo muitos líderes pregarem sobre humildade e logo que eles terminam surge uma verdadeira lavagem cerebral, começam a falar do dinheiro e enfim tudo que a gente está acostumado a ver na TV. Alguns fazem uma chantagem emocional dizendo que se não der, jamais alcançaremos a verdadeira felicidade e as pessoas compram essas ideias. Eu digo compram a própria fé, pois elas só doam dinheiro por puro medo, praticamente uma obrigação.
  Lembro-me que há um bom tempo eu comentei no blog que no dia que eu tiver uma renda mensal fixa, já que ainda sou estudante, eu doaria 10% dessa renda mas eu não expliquei como eu doaria.
  A minha doação seria em uma instituição que eu trabalhe como voluntária, conheça a história da instituição e que ela seja laica, ou seja não tenha nenhum vinculo com nenhuma vertente religiosa. Laica porque eu não quero saber que eu estou doando esse dinheiro para Deus, eu quero doar esse dinheiro para melhorar a vida dessas pessoas que serão auxiliadas e mostrar que isso é fruto não de suor do trabalho, mas uma representação viva em contribuição material e ação do amor de Deus, pois o que nos impulsiona a ajudar o próximo não é o bem material mas sim a satisfação de ver seu semelhante grato em saber que no mundo alguém se preocupa com ele e que foi o amor a Deus que impulsionou que tudo isso acontecesse.
  Eu sou contra o dízimo, temos que doar por nosso coração, por nossa vontade. Não para custear as despesas de um templo mas esse dinheiro é para auxiliar aqueles que se quer tem um “prato de comida”.
  Vejo líderes falarem de humildade e desapego a bens materiais mas eles próprios recebem salários “pomposos” só para pregar em uma igreja, enfim falar do nome de Deus hoje em dia virou profissão. Pessoas escolhem muitas vezes estudar teologia não por amor a palavra, mas para fazer dela uma profissão, pregar num templo, receber um salário e exercer essa função com teor um tanto de ‘vendagem da fé’.
  Ser discípulo da palavra sagrada não pode virar fator de mercado de trabalho, algumas igrejas tem concurso para escolherem líderes, avaliando oratória e outros quesitos, coisa que a bíblia condena, pois Deus faz com que tenhamos dons, ele desenvolve os dons da gente e não é um curso que vai fazer com que você tenha o dom.
  Minha mãe sempre me disse que temos que fazer o que gostamos e assim que me baseio nos estudos e tudo que exerço no segmento profissional, a gente tem escolher algo que amamos desempenhar e não por lucratividade. Ate nos concursos público, mesmo com uma boa oferta de salario você tem que gostar da função, pois o que adianta ganhar bem se você vai trabalhar em algo que você não gosta?
  É muito triste ver essa competição de “minha religião é a certa” ate porque Deus não deixou claro qual a religião é a certa, ele nos deixou que amor, conduta e etc. É a certeza não so de um bom cristão ou um bom budista, mas de uma boa pessoa, afinal quantos líderes estão por aí cometendo atrocidades e quantos cientistas céticos estão salvando a humanidade com suas pesquisas?
  Basta lembrar que Hitler era uma pessoa que se dizia religiosa realmente ele tinha crença, mas não tinha o amor pelo ser humano, esqueceu que perfeição nunca foi e nunca será para nós humanos, Chaplin não tinha crença alguma, mas foi um exemplo de bom ser humano.
  O que falta nesse mundo é mais humanidade e bem menos favoritismo. Quero que o critério seja da meritocracia e não de favoritismo, porque alguém tem certa crença. Ate porque tenho pura certeza que Deus nos julga pelo que agimos e não pelo que tentamos interpretar. Ao meu ver não são crenças que irão mudar o mundo e sim ações. Humanos unidos em prol de uma causa única em busca de menos violência, pedofilia, mais compaixão e solidariedade.
 Prove o seu amor, agindo com humanidade e não vá querer impor o seu desejo sobre o próximo, respeite as escolhas alheias, mesmo que você não concorde mas saiba que cada ser humano é de uma maneira. O que não pode e estamos cansados é de tamanha desigualdade, isso é em todos os setores.
  Falamos em igualdade mas muitos são os primeiros a buscar favoritismo na hora de gerir o nosso país, basta lembrar que nesse pais todos são obrigados a contribuir com impostos com exceção de templos, coisa que não é correto, isso quebra a isonomia e o pior eleva o favoritismo sem falar que “dai a Cezar o que é de Cezar”. É um tanto quanto hipócrita humilhar os outros mas depender do dinheiro daqueles que tanto humilham para prover direitos básicos, afinal pecadores também contribuem, enquanto ‘santos e salvos’ usufruem da isenção e ainda se dão o mérito de brincarem um pouco de ser Deus, julgando os outros, impondo limites e regras - um tanto quanto loucos, fruto de alguma alucinação. Dizem que está na Bíblia mas quando lemos o que realmente está na palavra, confirma-se o que Freud disse, que cada um de nós somos um tanto perturbados quando o assunto é lidar com a realidade, depois criticam grandes pensadores, deve ser pura inveja de não conseguir formalizar um pensamento condizente não só com a realidade atual, mas com o que também está escrito na Bíblia.
  Atacam o argumentador, gritam querendo vencer achando que no mundo se vence pelas forças, porém esquecem de homens simples como Gandhi que parou uma guerra com suas ideias. Gritos acabam, mas ideias se mortalizam com o tempo, são infinitas e eternas e depois quem é o burro dessa historia, aquele que pouco ler a Bíblia mas põe em pratica o pouquinho que leu ou aquele que é doutor nesse estudo e infelizmente ainda não teve a sensibilidade de conhecer Deus?
  Homens falhos, um tanto quanto loucos, uns de tão apaixonados por Deus brincam de julgadores, outros um tanto quanto curiosos brincam de criar e duplicar a vida, outros um tanto quanto simples não brincam mas agem. Não são apaixonados, pois paixão é temporária e fraca – um dia se acaba, mas amam ou melhor, vivem esse amor na esperança que nunca acaba, mas que se renova a cada amanhecer. Mesmo que chamem esse homem simples de imbecil ele não se altera, apenas relaxa e respira pois para ele imbecil é um elogio, uma vitória do homem sobre o próprio homem - representação clara e prova cabível da superação do homem sobre a prisão de carrascos, que tentam matar e prender suas ideias... Talvez seja de homens assim simples e anônimos que o  mundo precisa. Não queremos doutores mas meros expectadores, simples, que apenas observam mas depois aprendem e olham para a vida como um caderno em branco ou uma tela, pronto para se transformar em uma linda arte – suas mãos tão leves quanto uma pena, tão firmes quanto a força do vento mas são elas que significam ações, não de ideias vãs, mas de sentimentos puro. O amor, é só disso que o mundo precisa antes que seja tarde demais e a historia da vida humana invés de realidade clássica se transforme em uma lenda de fantasia e muita da mentirosa.
  O mundo não depende de verba e nem de tamanha preocupação com estatísticas, mas de preocupações com ações, não da Bovespa e nem Dow Jones, mas ações concretas, atos oriundos de sentimentos puros e ideais belas.

Jéssica Cavalcante

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