Prefiro a realidade de um clássico do que a ilusão de uma fantasia




Prefiro a realidade de um clássico do que a ilusão de uma fantasia


   Essa postagem é para comentar um artigo que li, achei bem interessante.
 Para começar só tenho que pedir desculpas, mil perdões, sim, pois em meus ultrajantes 20 anos, já que nasci no início da década de 90 querendo ou não faço parte da geração tão bem criticada pelo artigo.
  A escritora -jornalista que o escreveu eu sinceramente tenho que ter humildade e dizer sim, que ela tem razão, eu poderia entrar em defesa dos “jovens” não só por minha idade cronológica mas também por ter sido ate vítima dessa geração, afinal também cresci assistindo a Caverna do dragão, coisa que quando criança era uns de meus desenhos animados que mais gostava, hoje vejo que a história além de repetitiva é sim uma ficção ilógica pois querendo ou não a mesma nunca tem fim, os episódios tem início diferente mas possuem o mesmo final, como diz o jargão “do nada para o nada”, sem falar no lixo cultural qual fui e ainda sou imposta, a diferença que hoje eu posso ser radical e dizer ‘NÃO’ coisa que na época não sei se é porque eu tinha pouco conhecimento ou se me deixava levar pelo modismo, então aceitava tamanha imposição, hoje vejo quanta mudança.
  Sou muita grata a fase adulta, pois ela me ensinou que a vida não é nada fácil, que sofremos muito para conquistar o tanto queremos... É a vida não é fácil, porém a minha maior gratidão é que na fase adulta tenho maturidade para fazer boas escolhas.
 Aos meus 12 anos de idade sofri imposição não só da literatura lixo de minha época, mas também da moda lixo, música lixo , dos filmes lixo, da programação lixo enfim de tamanha porcaria produzida apenas com intuito lucrativo.  Hoje após  procurar compreender as tamanhas teorias que envolvem o mercado compreendo porque todo esse lixo é tão valorizado e tão forçadamente em fazer com que pessoas tão jovens sejam os maiores consumidores.
  No dia que tiver filhos quero ser bem radical, ao ponto de frustrar meu filho do que expô-lo a tamanho lixo. Meus pais me deixaram livre para consumir não só os lixos mas também os clássicos, assim como eu ouvia e gostava de Britney e nos meus 17 anos a tal da Gaga, também ouvia música de qualidade afinal com meus pais é assim: “Meu carro minhas regras”, sem falar das vezes que era obrigada a ouvir Mozart no caminho ate o colégio mas tamanha imposição foi bom para saber que o bom nunca morre, a genialidade se imortaliza
  A primeira decepção que eu tive em termos de comparativo foi quando eu li um livro de minha adolescência chamado A Poderosa, uma trilogia por sinal péssima que ainda tenho na minha estante afinal é bom guardar certas lembranças, logo depois peguei escondido de minha mãe o livro Christiane F, sim escondido, mas por quê? Pelo simples fato que em meus 14 anos de idade,  em minha inocência achei que ele era um livro, tanto ‘pesado’ para uma jovem garota que acabará de entrar no que chamam de adolescência. Porém quando eu li aprendi duas coisas, a primeira quero me manter longe de caminhos profanos a exemplo das drogas, o livro me mostrou a realidade, nem o jornal se quer mostrava como é o submundo das drogas... Esse submundo que não é glamouroso, ao contrario degradante e humilhante, depois vi que diferença crucial um livro como o de Christiane com a trilogia A Poderosa, percebi que  queria para minha vida era a mais pura realidade, por mais impactante que fosse.
  Aos 16 anos fui apresentada ao chick lit, conhecida como “literatura para mulherzinha”, li alguns títulos um tanto conhecido, porém me levou a profunda discordância, afinal por que nesses livros a mulher só é feliz com namorado ou com o shopping? Será que nós mulheres somos tão burras, tão vazias e o pior tão ilusórias ao pensar que a felicidade consiste apenas em compras e beijos? Shopping ate pode ser bom para algumas mulheres, mas todas jamais, ate porque a mulher é pluralícia em sua conjuntura, talvez tenha mulheres que sejam mais felizes estando em missão de paz trabalhando na cruz vermelha do que estourando o limite do cartão de crédito, talvez tenha mulher que sim, preferi conversar com homens sobre assuntos um tanto masculinistas como a política global do que está tentando descobrir qual o próximo loiro da moda.
  Foi bom ler chick lit pois descobri que sou muito mulher, apenas com 16 anos de idade ou melhor me encontrei como ser humano, que minha felicidade não está no beijo nem muito menos em um sapato e sim, quem sabe ajudando a quem realmente precisa, conversando sobre os problemas nosso de cada dia, aqueles problemas que para alguns chegam a doer nos ouvidos mas sim, devem ser falados.
  Nunca me frustrei com os clássicos, posso agradecer ao meu bom Deus, que em pleno vestibular tive bons professores, não para me frustrar mas para ensinar o amor, o verdadeiro amor por livros, pela literatura seja ela nacional ou não.
  Ler os clássicos foram obrigatórios para os vestibulares, saber os detalhes também , porém aprendi tanto com Machado de Assis, José Lins do Rego.... Sinceramente soa como um crime chamar eles de ultrapassado, leia o livro  Usina e você irá perceber que muitos dos problemas ainda é bem atual, outro exemplo é Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, as pessoas dizem que é chato, sem duvida essa é minha obra preferida, pois foi por ela que vi a realidade.
  A realidade não é essa que estava acostumada, com papai e mamãe me dando tudo.  Mas na realidade é: enquanto muitos têm boa vida outros morrem na seca e  com fome e outros  praticamente lidam com trabalho escravo, realidade essa que existe ate hoje... Realmente tem que ser muito desumano para dizer que isso é chato, pode ser chato mas é real e o pior além de real bem sofredor também.
  Foi pelos clássicos obrigatórios da imensa lista de vestibular que conheci obras maiores, a exemplo de posso chamar não só de teóricos mas de cientista e amigos, afinal Montaigne, Freud, Jung, Lacan, Nietzsche, Schopenhauer enfim... Tantos outros, que para mim desculpe não troco meu Nietzsche um tanto louco e tanto ateu, por nenhum chick lit e nenhum Crepúsculo ou qualquer outra ficção que seja, não troco o meu Freud por nenhum Harry Potter, não troco meu Pollyana menina e moça por nenhum “Gossip Girl”.

  Depois conheci grandes mulheres, Maria Montessori, Olympe de Gouges, e tantas outras sim, mulheres de uma época onde se quer mulher ia na sala, mas pensa que foram submissas? Mero engano, mulheres que se temos direitos hoje, é tudo consequência delas.
  Depois conheci a politicagem, a barata e a cientifica... Criticamos a mídia, eu critico a mídia mas graças a ela pude conhecer todo o governo que o Brasil já teve, e a politica um tanto cientifica graças a homens, um tanto arcaicos que podemos pensar em uma politica justa.
  Não sou socialista/ comunista e nem pretendo ser, mas ao ler Marx, sim aprendi com ele, assim com Trotski e outros, mesmo discordando de tamanha ideologia.
  Nesse tempo já lia livros espiritualista, tema esse que é a menina de meus olhos, amo esse tema, sofri preconceito quando disse que tinha um blog de tamanha temática afinal o que eu poderia ensinar se ainda estou numa fase que infelizmente tenho que dizer, mas invés de rugas de sabedoria tenho espinhas de imaturidade, porém estou aqui não para ensinar ao contrario, afinal nada sei, mas para compartilhar, dividir e o melhor multiplicar um pouco de minha experiência, em meio a espiritualidade, minhas aventuranças em campo de crenças, descrenças e o melhor fé e amor a Deus. Só com a espiritualidade e compartilhando nesse pequeno espaço que pude aprender que Deus é muito mais do que eu pensava, que quando ele quer de verdade a nossa tecnologia fica no chinelo.
  Ao ler o artigo vi menção sobre minha geração, realmente minha geração é assim infelizmente vêem grandes gênios como loucos e grandes burros como gênios.
  Eu tive a oportunidade de ler tanto lixo, e também a oportunidade de ler grandes homens, sábios talvez. Toda leitura ensina, algumas me ensinaram a realidade outras me ensinaram a mentira.
  A mentira as vezes é confortável, mas eu não quero um livro que me mostre uma personagem falando o quão legal é a primeira menstruação, ate porque não tem nada legal nisso, eu não quero um livro onde a felicidade é ter seios grandes e fazer compras ate porque seios é o pior inimigo de uma mulher em período de TPM, ate pode atrair alguns homens mas prender jamais, shopping... É bom comprar roupas de vez em quando mas ser escrava dela, jamais!
  E amor não vem para completar a nossa felicidade, ao contrario vem para nos ensinar a completar a felicidade de alguém... Pois é os lixos me ensinaram isso, mas os clássicos me mostrou a realidade, que temos de ser fortes o suficiente para não nos tornar uma Christiane F, que devemos ser humanitários e sim respeitar a liberdade alheia, me ensinou a não negar auxilio aos outros, me mostrou que nem todo amigo é verdadeiro porém me mostrou que por mais riqueza que tenhamos, não passamos de humanos.... Sim você é só um humano,  nada mais do que isso.
  Que loucura pode ser genialidade, respeite os loucos, ame o irreverente, aceite as escolhas... Ate o socialismo que eu tanto critico me ensinou... A pensar, a ver o melhor, a aceitar a opinião alheia. C.W Lewis me ensinou que o amor de Deus ainda é maior do que qualquer prova e estudo cientifico, Nietzsche me ensinou que na religião tem sim tamanha hipocrisia mas tenho que ser forte o suficiente para não ser mais um hipócrita em meio social.
  A ficção me ensinou, crepúsculo me ensinou que a mentirinha ate pode ser um tanto bela mas entre um Edward eu prefiro um humano, sim, aquele que não é imortal, nem rico, nem bonito e nem perfeito mas  que é real... Aquele que mesmo com tamanho defeito eu gosto disso, da realidade.
   Agora vou metaforizar e digo “ate do lixo se tira um lindo vestido”, porém o lixo nos ensina mas os clássicos, esse sim nos constrói.
  O chick lit, a ficção, a antologia me ensinou que entre a mentira tentadora e bela eu prefiro a realidade dolorida e ate salgada.
  Quando cheguei ao final do artigo senti vergonha dos meus 20 anos, vergonha de jovens que usam palavras para agredir, que dizem aprender com a “literatura atual”, engraçado não aprenderam a respeitar, lógico, respeito é algo real a mentira não pode ensinar, nunca!
  Penso que deve haver um equilíbrio, afinal temos que brincar de aventureiros, ler clássicos e não-classicos, ciência e achismos, porém temos que saber o principal, filtrar, viver a nossa vida, sim a nossa vidinha um tanto medíocre mas que foi a que Deus nos deu e não querer  ser um personagem... De fantasia!
  Defendo a ideologia da tamanha liberdade de escolha, porém escolhi quebrar a cara, chorar, sorrir porém aprender não na fantasia mas na realidade seja ela dos clássicos ou a minha, de uma pessoa comum, com contas para pagar, com alterações de humor, com sonhos e medos porém com desejos não de me imortalizar como a Bella, mas a de viver como o meu personagem preferido seja ele uma Maria, um Severino ou um simples retirante... Daquele que mesmo tamanho a tanta dificuldade, continua lutando.
  Meu sonho não é ter um “punhadinho de terra”, porém que os punhadinhos de terra sejam justos... Esse era o sonho de Severino de Morte e vida Severina, sim, minha inspiração mesmo com realidade de vida diferente. Mas somos cidadãos e mais uma vez apenas meros seres humanos, iremos morrer espero apenas ter um punhadinho de terra para me enterrar do que querer a imortalidade como o Edward.
  Sim eu prefiro Severino com todo o seu jeito desengonçado do que um Edward, afinal a fantasia pode ate atrair mas desculpe, a realidade me encanta, me prende e me faz um tanto feliz.
  Senhoras e senhores, aplausos aos loucos, aos incompreendidos, aos gênios do que chamam de clássico, aplausos por nos mostrar a realidade e a vida “assim como ela é”!

Jéssica Cavalcante

Deixe sua opinião

Obrigado por comentar!
Tenha um dia abençoado e que as bênçãos de Deus sejam sempre frequentes em sua vida! Amém.

 
© Copyright - Mariely Abreu - Design e Codificação - Todos os direitos reservados Voltar ao Topo!