Porque desejamos tanto a casa do vizinho?


 

Porque desejamos tanto a casa do vizinho?

Eu sempre me pergunto, por que a vida dos outros parecem mais interessante que as nossas? Eu não sei, se é porque as mentiras alheias seduzem a gente ou se é porque nós somos realmente frustrados. Se a gente for comparar vidas, talvez a sua seja bem mais interessante que a minha e mesmo assim, nunca achamos nossa vida tão atraente e interessante assim.
   O mesmo ocorre com a beleza, uma pessoa pode ser muito bonita mas ela sempre vai procurar alguém para se comparar e analisar quem possui mais beleza e logo começa o que chamo do “vazio do desejo”... Ficamos desejando muitas vezes o que se quer existe, mas isso ocorre porque somos idealistas e nada realistas- sempre iremos achar que o vidro do vizinho é mais limpo que o nosso e todas outras comparações possíveis.
  Eu percebo isso com os sapatos. Que não é milionário e nem tem estilista particular sempre encontra alguém com a mesma bolsa ou sapato que o seu, então olhamos e percebemos que o mesmo acessório é mais bonito com outra pessoa do que com a gente, outra comparação que eu gosto de fazer é com carro. Quando olhamos para o carro que está em nossa garagem não achamos tanta graça assim, mas basta parar em um semáforo e ter um carro ao seu lado igual ao que você tem e logo você sempre irá achar o seu menos bonito. Não tem jeito, desejamos a vida do vizinho.
 Será que é preciso a gente perder as pessoas que amamos para perceber que elas são mais bonitas na companhia do vizinho? Não é a toa que dizem: “Só damos valor quando perdemos”, onde na verdade só damos valor ao que os outros possuem.
  Tem uma teoria popular que diz que, tudo gira em torno do sexo, ou seja tudo que fazemos no nosso dia-a-dia sempre termina em sexo. Eu nunca tinha pensado nesse detalhe mas ate que assisti a um desses vídeos comum do Youtube, e dizia assim “para que você trabalha tanto? para no futuro ter alguém ao seu lado e consequentemente sexo”, enfim e o pior que tudo ate as gotinhas da chuva levam a essa conclusão.
  Um dia desses eu assisti a uma palestra em uma igreja, então o líder comentou que logo arranjou uma namorada, ate que ele conclui os estudos de nível superior e prontamente arrumou um emprego e casou, justamente por causa que na crença dele o sexo so é permitido após o casamento. Ele explicou que casou porque ama sua esposa, mas a relação estava evoluindo para tal ponto que a única solução era casar, mesmo que tão jovem.
  Ate então eu penso, que nem tudo gira em torno do sexo, e sim do desejo sobre a vida alheia afinal nem todo mundo se mata de trabalhar para conseguir um casamento, mas nos matamos de tanto trabalhar em busca da satisfação que atualmente muitas vezes vem materializada seja em um carro, um barco ou qualquer outra tralha cara que tanto desejamos. Ate que um dia, depois de um bom tempo compramos o que desejamos e logo repensamos e começamos a idealizar o que queremos de verdade, e o ciclo vicioso se repete... Tem um jargão popular que diz: “Depois que conseguimos perde-se a graça”.

 Isso é tão real que adentra para todas as áreas de nossas vidas, idealizamos o amor da vida da gente e quando ele aparece no inicio é novidade e depois cai na rotina e assim se caminha para outras áreas. Uma coisa que a gente nunca enjoa, é da comida da mãe da gente. Isso exerce um domínio incrível, ninguém deseja a comida da mãe do vizinho, por mais salgada que esteja a carne assada que a mãe da gente faz, mesmo assim sempre estará tão saboroso e tentador - que parece que estamos comendo pela primeira vez em nossas vidas.
 Tem coisas na vida de todo mundo que por mais interessante que a vida do vizinho seja, a nossa dar de mil. Exemplo, a comida da mãe da gente, o abraço de nosso irmão, os aconselhamentos de nossos amigos, chorar no colinho do pai ou de nossa mãe, o sorriso de quem a gente ama, enfim tem coisa que a gente não enjoa, não cai na rotina e nada do mundo se torna mais interessante.
  Desejar o vidro limpo do vizinho é algo natural, afinal o mesmo sapato no pé alheio sempre ficará mais bonito do que no nosso pé, mas o amor das pessoas que amamos só fica bonito ao nosso lado... Não vamos esperar perder o que tanto amamos para dar valor. É clichê dizer isso, mas é tão real, pois a gente se enjoa muito rápido de um carro ou de um belo iate, mas o amor verdadeiro é tão vital para a gente como o ar que respiramos.
 Um dia as pessoas que amamos irão sair de nossas vidas, elas irão se encontrar com o nosso Criador, esse é o destino de cada um de nós mas enquanto isso vamos aproveitar a oportunidade de tê-las ao nosso lado.

Jéssica Cavalcante

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