A gente não precisa ter certeza basta aceitar

A gente não precisa ter certeza basta aceitar

Quantas vezes na vida perdemos tanto tempo fazendo questionamentos? Alguns questionamentos é sobre nossas capacidades outros sobre as pessoas que amamos, outros sobre como desempenhamos nosso papel perante a sociedade. Digo perante a sociedade, pois interpreto uma sala de aula, um escritório, uma recepção e uma empresa como uma sociedade.

  Então nos questionamos em busca de alguma certeza, queremos a aprovação do outro e o melhor, a nossa aprovação. Quando alguém nos aprova ou nos elogia, pensamos que as pessoas estão fazendo seja por piedade ou porque gostam muito da gente e quando buscamos a nossa própria aprovação, fica um sentimento meio que subtendido, afinal para muitos o que importa é como os outros nos veem. A gente não tem a compreensão de quem somos de verdade mas queremos que os outros nos compreenda, nos ame e nos aceite. Então eu paro e fico a pensar, é errado querermos que os outros nos aceitem se nós mesmos não nos aceitamos.

  Muitos dizem que grupos sociais que sofrem preconceitos segundo alguns relatos, muitos tem preconceito consigo próprio ao buscarem a vitimização. É como se um olhar negativo de uma pessoa fosse um fator preponderante para um fracasso pessoal.

  Penso que o nosso sucesso e o nosso fracasso é algo muito ‘nosso’. Logicamente que o amparo das pessoas contribui para que a gente se sinta bem, mas se muitas não nos amparam, podemos reverter toda a situação e mostrar que você pode muito bem se amparar, modificar o que você é e a sua situação.

  Já é tão complicado lidar com o julgamento que fazemos de nós mesmos, porque vamos combinar, a gente se boicota o tempo todo. Você pode está falando bem, ou com uma bela roupa mas se você 'acha' que não está tão legal como você gostaria, então logo pensa:  “Estou horrível com essa roupa” ou então “Poderia ter falado melhor”. Essa voz interior que cada um tem já contribui para uma diminuição da auto-estima, agora se fomos nos preocupar com o que as pessoas estão falando em seu ser interior, neurose será uma terminologia simplória para definir tamanha complexidade.

  Penso que não precisamos compreender mas basta aceitar. Se você errou realmente é bom entender onde foi o erro, mas perceber que um minuto atrás ainda assim faz parte do passado e com o passado devemos usar de aceitação. Devemos compreender o presente afinal o hoje antecederá o amanhã. Mas e o passado qual será sua real utilidade? Ser um flash back e nos lembrar dos momentos.

  Vejo pessoas refletindo muito sobre o passado, o que deveriam ter feito ou que não deveriam ter feito mas alguns esquecem que o futuro é como uma folha em branco, pronta para ser escrita. Quando criança e ate hoje, tenho esse mesmo hábito. Escrevo forte e com isso marca as páginas seguintes do caderno, mas quando criança, não gostava de escrever no verso da folha pois elas pareciam um texto escrito em braile, pois o verso de cada página era todo marcado, então adorava quando não tinha que escrever no verso da página. O tempo passou e eu percebi que o verso é uma continuidade, minha caligrafia continua forte mas hoje compreendo que o verso das folhas também são importantes mesmo que imperfeitas e que elas ainda são folhas em branco, prontinhas para serem usadas e escritas. O mesmo ocorre com a vida pois a nossa vida não é perfeita, ela tem suas imperfeições e limitações, mesmo assim ela está pronta para ser escrita e por sinal bem escrita, pois quem quer escrever faz das areias da praia um verdadeiro livro de folhas em branco, prontas para guardar e registrar sua escrita.

  Ao assistir o filme Modigliani, mostra que quando criança ele desenhava muitas vezes em paredes e mesmo assim ele ainda conseguia fazer belos desenhos ate que se tornou um excelente artista e um verdadeiro exemplo de criatividade, pois ele criou o próprio estilo. A vida é isso, criatividade e essa criatividade se desenvolve com o viver... Todos nós somos imperfeitos, mas somos artistas, pois viver é escrever lindos livros e registrar fatos interessantes.

Jéssica Cavalcante