FAZER UMA LIMPEZA GERAL



FAZER UMA LIMPEZA GERAL

- Estamos de festa! Flores por toda a parte, nas mesas, pelas paredes, nos peitoris das janelas!...
-Esqueceste uma coisa, amigo.
- Que foi?
- Limpeza geral da casa! Olha as teias de aranha lá no canto! Olha o cisco no chão!
- Acho que, antes de pôr Flores, seria necessária muita vassourada, sabão, creolina, flit, etc.

Felicidade é vida em festa – e festa na vida.

Mas, para haver festa e flores, é necessário fazer uma limpeza geral na casa.
Infelizmente, a nossa civilização e vida social está quase toda baseada em mentiras, fraudes, falsidades, hipocrisias e outras poluições.

A patroa dá ordem à empregada para dizer às visitas que a “ dona não está em casa”.
O negociante tem de mentir constantemente aos fregueses para vender as suas mercadorias.

O leiteiro mente dizendo que o leite com 50% de água é leite puro.

O vinicultor põe no seu vinho, além de água e anilina, drogas picantes e nocivas, para vender melhor ou atender ao gosto viciado dos consumidores.

O farmacêutico falsifica os seus produtos de laboratório para ganhar mais dinheiro, pondo em perigo a vida e a saúde dos que lhe ingerem as drogas.

O cabo eleitoral mente ao público que o seu candidato é o melhor do mundo, quando ele bem sabe que o seu patriotismo obedece à plenitude do bolso.

O orador sobe à tribuna, cônscio da sua inigualável competência, e inicia a sua peça oratória com as palavras costumeiras: “ Eu, apesar da minha absoluta incompetência...”, abrindo ligeira pausa para ouvir das primeiras filas um murmúrio de “ não apoiado”, suavíssima carícia para a sua vaidade.

“ Muito prazer em conhecê-lo” – quantas vezes não encobre esta frase estereotípica sentimentos diametralmente opostos aos que os lábios proferem?

90% do que Jornais Rádio e Televisão propalam é mentira a serviço da cobiça.

Tão inveterados são estes e outros vícios sociais que é quase impossível viver em sociedade sem ser contagiado por essas poluições. Tudo isto, porém, é sujeira moral, que torna praticamente impossível o desenvolvimento duma verdadeira felicidade.

Certo dia, nos Estados Unidos, entrei numa loja para comprar um artigo. Um dos vendedores mostrou-me o artigo desejado, mas logo acrescentou: “ Não é dos melhores; mas o senhor encontrará coisa melhor na casa tal, rua tal.”
-----------------------------


Tive a impressão de estar presenciando um milagre;pois não devia o vendedor garantir-me que aquele artigo que a casa vendia era o melhor do mundo, insuperável, ultrapiramidal e jamais igualado? E como é que, ainda por cima, me indica ele uma loja onde possa comprar coisa melhor?

Entretanto, melhor publicidade não podia o empregado fazer da casa do que a que fez; ser escandalosamente honesto! O fato é que , desde esse dia, eu só comprava nessa casa, e para lá encaminhava os meus amigos. “ Honesty is the Best policy” – ( honestidade é a melhor filosofia) – pura verdade, que poucas pessoas compreendem.

Quando uma pessoa começa a ser escandalosamente honesta, em todos os pensamentos, palavras e atos da sua vida, descobre algo que até então ignorava completamente.
Como definir esse algo?

O fato é que essa pessoa descobre dentro de si um “ lugar seguro” – vá esta palavra tosca por outra melhor – uma espécie de baluarte ou fortaleza, um ponto de refúgio nas tempestades da vida.

E, por mais violentas que lá fora esbravejem as tormentas, no interior desse reduto seguro vive a alma em perfeita paz e serenidade.

Essa pessoa, descobriu que “ felicidade” ou “ infelicidade” não é algo que lhe possa “ acontecer” de fora, mas que ela produz de dentro. Descobriu a enorme diferença entre “ felicidade” e “ prazer”, entre “infelicidade” e “ sofrimento”.

Prazeres e sofrimentos estão nos nervos, na carne, na superfície do ego periférico – ao passo que felicidade ou infelicidade é algo que reside no Eu central, na alma.

De encontro a toda a terminologia tradicional, essa pessoa verifica que nenhuma pessoa ou coisa a podem fazer feliz ou infeliz – mas que só ela mesma é autora da sua felicidade ou infelicidade.

Candidato à verdadeira felicidade! Grava bem dentro do teu coração esta grande verdade. NUNCA FAREI DEPENDER A MINHA FELICIDADE DE ALGO QUE NÃO DEPENDA DE MIM!

Quando, porém, essa pessoa, num momento de fraqueza, cede à tentação de substituir o código de ética absoluto por um código de moral relativa; quando sacrifica a convicção retilínea da consciência pelas convenções  curvilíneas da convivência social -  verifica logo que perdeu a sensação de segurança e serenidade interior; está fechada a porta para aquele “ lugar seguro” da alma; sente-se mal segura, à mercê das circunstâncias externas. E, por mais que tente iludir a si mesma com bravatas e atitudes de independência, não consegue reaver o baluarte da tranquilidade interior, enquanto não voltar de todo o coração a um código de ética absoluto e incondicional, restabelecendo perfeita limpeza em sua casa.

A felicidade é algo muito grande, ela depende, porém, de coisas pequeninas, isto é, coisas que parecem pequenas aos inexperientes; de fato, todas as coisas, mesmo as mais pequeninas, são grandes quando feitas com grandeza de alma.

Quem não estiver disposto a pagar esse preço de uma honestidade retilínea absoluta, nunca alcançará verdadeira felicidade interior.

Mas, os que quiserem pagar esse preço, jamais se arrependerão dos sacrifícios e saberão o que quer dizer: “ Bem-aventurados os puros de coração, porque eles verão a Deus.”


FONTE: LIVRO O CAMINHO DA FELICIDADE
HUBERTO ROHDEN
EDITORA: ALVORADA


Deixe sua opinião

Obrigado por comentar!
Tenha um dia abençoado e que as bênçãos de Deus sejam sempre frequentes em sua vida! Amém.

 
© Copyright - Mariely Abreu - Design e Codificação - Todos os direitos reservados Voltar ao Topo!