Espiritualidade: uma virtude no trabalho


Vivemos mergulhados em pressões e não paramos para compreendê- las. Passamos a conviver com incertezas, conflitos e paradoxos que existem naturalmente. O pensamento e a filosofia ocidentais, baseados no egocentrismo, na competitividade e em atitudes predatórias, acentuam a epidemia de estresse, a falta de criatividade e inovação que estamos vivendo. Portanto, esse rígido pensamento nos torna inflexíveis nos nossos modelos mentais e fechados em esquemas de causa e efeitos limitantes.

Podemos ver que isso se reflete no contexto corporativo, em que o sentimento de pertencer à empresa e as perspectivas de carreira dos profissionais estão diminuindo. Se até ontem o trabalho e a companhia eram uma fonte de identidade, isso tem ganhado menos valor, pois, como pessoas que trabalham, nos tornamos mais intercambiáveis e anônimos.

Muitas vezes nos esquecemos que, enquanto trabalhamos, estamos vivendo, e que a atividade profissional representa uma parte muito importante da nossa vida. Percebe-se, cada vez mais, nas sessões de coaching, que os profissionais perderam a percepção do sentido do que estão fazendo e emergem a necessidade e a urgência de encontrar um significado mais profundo ao próprio trabalho, que ajude a superar as dificuldades, a lidar com a tensão, as incertezas, recuperando a visão de futuro e a serenidade da alma. Portanto, para auxiliar nesse processo, é importante focar em três pontos específicos: 

1) Harmonia consigo mesmo, nos relacionamentos interpessoais e de equipe, ou seja, a interdependência. Quem conhece a si mesmo não se coloca acima dos outros, mas os compreende;

2) Treinamento mental em direção aos resultados - é essencial exercitar o foco e as imagens mentais para que o nosso cérebro, antecipando-se sobre o ambiente por meio do exercício mental direcionado, possa se preparar e mudar antes que os fatos externos aconteçam; 

3) A arte de liderar pessoas - aquele que quiser liderar os outros deve, primeiramente, saber liderar a si próprio, treinando a si mesmo.

O PENSAMENTO E A FILOSOFIA OCIDENTAIS, BASEADOS NO 

EGOCENTRISMO, NA COMPETITIVIDADE E EM ATITUDES PREDATÓRIAS, 

ACENTUAM A EPIDEMIA DE ESTRESSE

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A força motora do profissional depende do equilíbrio de quatro pontos: o físico, o emocional, o ético e o espiritual. Se os três primeiros pontos já estão sendo amplamente abordados e trabalhados nas empresas, o lado espiritual está se tornando ainda mais uma necessidade crescente no contexto profissional, não mais considerado tabu dentro das empresas.

Conceitos como "força interior", "energia vital", "equilíbrio", "imagens mentais" e "meditação" estão se tornando mais comuns dentro do cenário empresarial, abraçando um só princípio: a convicção de que o ser humano tem um enorme potencial de recursos a serem descobertos e utilizados.
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Estudos e pesquisas sobre os efeitos da espiritualidade, nas suas diferentes manifestações, foram amplamente discutidos, demostrando que as práticas espirituais modificam positivamente a maneira como o sistema nervoso reage às pressões, permitindo à pessoa enfrentar os desafios mais complexos com sucesso e satisfação.
Graças à plasticidade do cérebro, as práticas espirituais - como, por exemplo, a meditação, as orações ou as técnicas de relaxamento etc. - remodelam e reorganizam, constantemente, as células cerebrais, melhorando suas habilidades, a capacidade de concentração e a memória. Assim, há um aumento na resistência ao estresse, fortificando a clareza mental e a capacidade de tomar decisões.

Todas essas atividades fazem diminuir a ansiedade, mantêm a calma interior em todas as situações e, consequentemente, melhoram o desempenho profissional e os relacionamentos interpessoais, conquistando, assim, o foco nos objetivos e nos próprios valores.

As turbulências nos dias de hoje são tantas que ajustes de direção são contínuos, e uma maior responsabilidade individual é necessária em relação à consciência de si mesmo, daquilo que acontece ao redor, do que queremos e do equilíbrio entre, de um lado, planejar, organizar e fazer e, do outro, refletir, pensar e sentir.

Assumindo a responsabilidade para lidar de forma equilibrada com as próprias forças e melhorando a autodisciplina para a própria evolução, o ser humano transforma o mundo e cria novas realidades, domina as circunstâncias sem se opor a elas e encara os problemas como oportunidades e não como algo contra o qual lutar, de maneira que os acontecimentos e os fatos conflitantes sejam modificados por uma nova perspectiva de se ver e de sentir a existência.

Fonte: Revista Psique

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