SERVIÇOS RELIGIOSOS VIRTUAIS: COMODIDADE OU NECESSIDADE



SERVIÇOS RELIGIOSOS VIRTUAIS:
COMODIDADE OU NECESSIDADE


Vela, terço, pedidos e capelas virtuais invadem o espaço cibernético. Através do computador, o fiel internauta

Acende uma vela. Produtos religiosos virtuais fazem parte do chamado “ apego ao sagrado”. O que pensar disso tudo? Só novos meios técnicos de devoção, catequese, evangelização?

Estamos na era da Igreja eletrônica! A participação da Igreja no universo tecnológico e cultural midiático é significativa e crescente.
A linguagem teológica e pastoral da ação evangelizadora não pode ignorar essa nova cultura religiosa.

Mas, os serviços beneficiam o prestador ou o usuário? Em ambos a utilidade é o valor apreciado.

Acender velas, rezar terços virtuais e coisas tais podem ser úteis para alavancar o acesso ao site. Ao mesmo tempo oferecem ocasião fácil para devotos satisfazerem seu ‘ consumo’ espiritual. É serviço?

De certo modo, entra aqui a lei do mercado: oferta e procura na competição religiosa on-line. Aí o uso da  “tecnologia religiosa” se configura mais para ‘ artigo de consumo’ ao gosto do fiel do que propõe uma real inserção na comunidade. Neste contexto o caminho da fé leva ao fechamento em si, ao individualismo espiritual. O perigo é enfraquecer ainda mais a já débil dimensão comunitária na vivência da fé. Até que ponto os serviços religiosos virtuais seriam veículos da Boa Nova? A ponta dos dedos no teclado baixando o produto desejado não substitui o ‘ rezar em espírito e verdade’? Ou o mergulho do pensamento e da sensibilidade do coração no mistério da sabedoria divina? As igrejas e comunidades não seriam cada vez mais dispensáveis como espaço de oração?

Internet e redes sociais constituem sim um novo fórum onde fazer ressoar o Evangelho, tendo o cuidado para que o mundo virtual jamais substitua o real, pois o encontro pessoal permanece insubstituível. Ora, perguntar pela necessidade ou comodidade desse serviço é coisa secundária quanto à fé. A questão de fé é  anterior. Vale dizer, se a oferta e/ ou o uso virtual religioso não levar para a comunhão com Deus e com os outros de modo concreto no seguimento de Jesus Cristo, para nada serve.

A ação benevolente da graça divina supõe a colaboração real, isto é: a caridade ativa, a santidade e justiça na convivência social, a conversão na comunidade. O virtual não substitui o real, muito menos na vida eclesial cristã centralizada nos sete sacramentos.
“ A questão se põe gravemente no risco de mera substituição de uma Igreja real, comunitária, por uma Igreja virtual, através da pastoral midiática não clarividente e substitutiva da vida concreta eclesial” ( Pe. Libânio, SJ).



FONTE: REVISTA DE APARECIDA
NOVEMBRO 2012


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