A espera de um século

A espera de um século

Ultimamente as pessoas tem falado mais de final do mundo do que o nascimento de Cristo, falam mais da liquidação de 50% de desconto do que o nascimento de Cristo e quando elas se lembram do Natal ainda assim falam do que vão comer na ceia invés do nascimento de Cristo. E assim vão vivendo o ser humano valorizando o que não importa e esquecendo o que realmente importa.

Pessoas se matando em filas para consumir, onde no mínimo elas deveriam primeiro refletir sobre o que elas tem feito da vida delas e só depois pensar no jantar a noite ou no presente que ganharão. Nos frustramos porque queremos e ate algumas vezes gostamos, valorizamos o que não presta e esquecemos realmente o que importa... Afinal, o que realmente nos interessa?

Construímos sonhos e castelos em cima de dunas de areia, e basta uma ventania e lá se vai as dunas, os sonhos, o castelo e tudo se desmorona. Idealizamos o tempo todo, fazemos de nossas vidas como se fosse a cena de um filme, nos comparamos com contos de fadas, algumas vezes ate selecionamos trilha sonoras para esses momentos. Queremos controlar tudo e no final nos frustramos, ao descobrir que não podemos controlar nem a nós mesmo, nem o que sentimos  e muito menos o que queremos ser.

Ser, ser, ser essa sempre será a palavra do ano. E todo ano é assim: “Eu quero ser”, “Eu quero isso”, e no final esquecemos da palavra preciso. No final se quer sabemos o que realmente precisamos. Será que precisamos de tantas festas, de tanto dinheiro, de tanta beleza, de tanto eventos, de tanto reconhecimento ou de tanto viver?

Na verdade o que precisamos de verdade é viver mas conseguir preencher esses espaços e lacunas deixadas pela vida, causados por nós mesmo. Buscamos um sentindo, uma lógica e no final nos perdemos nessa lógica e continuamos com os vazios cada vez maiores, o medo cada vez mais presente e o guarda-roupa cada vez mais lotado. É isso que realmente precisamos?

Que em 2013 as lacunas sejam preenchidas. Eu não quero nada para 2013 apenas quero descobrir o que eu realmente preciso, e assim espero, que 2013 cumpra o seu papel de ser do jeito que será. Que a vida seja de surpresas, algumas vezes serão boas, outras serão péssimas, algumas vezes verei o fim do mundo como uma esperança e não uma hipótese. E outras vezes eu irei me entristecer se o mundo realmente um dia decidir acabar, mas uma coisa é certa, mudarei o tempo todo de opinião, de sentimento, de desejo, de frustração, de valorização pois assim é a vida. Ninguém consegue manter a mesma opinião por mais de uma década, mas só esperamos viver por mais uma década, e mais uma década, e mais uma década ate que, quem sabe um dia se complete um século!

Jéssica Cavalcante